segunda-feira, 23 de maio de 2011

Brasil chique | Corumbau um segredo bem guardado

No extremo sul da Bahia existe um lugar lindo, feito de praias maravilhosas e de uma magia silenciosa. O acesso é difícil, o sossego absoluto, as paisagens surpreendentes e as temperaturas tropicais. Com uma vantagem: possui os melhores (e mais caros) hotéis do Brasil, a original Vila Naiá e a familiar Fazenda São Francisco. Bem-vindo a Corumbau, o último dos segredos

Este texto é dedicado a quem acha que já viu tudo.


É uma lição para quem continua a dizer que não gosta do Brasil. É uma boa-nova para todos os que andam à procura de um novo destino de férias. É a salvação de todos nós. Ou talvez não. Acho que estou enganada. Este texto é mesmo só para alguns. Os poucos privilegiados que têm abertura de espírito e orçamento disponível para chegar aqui. Corumbau não é para todos. Estes 15 quilómetros de praias de areia branca e mar azul de águas cristalinas são mesmo especiais. Uma pequena vila de pescadores, um pontão de areia que entra 500 metros pelo mar adentro, uma praia protegida por um longo recife de coral, falésias e coqueiros.
Está bem. Se prometer não contar, eu revelo mais uns quantos segredos sobre este lugar. Em idioma Pataxó, Corumbau quer dizer “longe de tudo” ou “longe de todas as preocupações”. Uma ideia que permanece válida por, mesmo hoje, não ser fácil chegar aqui. É preciso aterrar em Porto Seguro e depois fazer cerca de duas horas de viagem de jipe até Caraíva, onde se apanha uma escuna que demora mais uma hora até chegar a Ponta do Corumbau, um vilarejo de pescadores assim chamado por causa de uma península de areia de forma triangular que entra pelo mar. Pelo caminho ficam Arraial d’Ajuda, Trancoso, a praia do Espelho e paisagens de rara beleza como um vale cheio de búfalos a pastar. Há outras formas de aqui chegar. Nem sempre fáceis ou económicas. Mas a vantagem da travessia de escuna é que ela percorre a costa e todo o caminho feito pela armada portuguesa em 1500, sempre na companhia do Monte Pascoal, que, para quem não sabe, marca o primeiro avistamento de terra por Pedro Álvares Cabral. E prepara-nos para Corumbau.

O embalo do mar dá-nos o ritmo, o sol amolece-nos e a praia convida-nos a ficar aqui para sempre



Quando chegamos, todas as horas de avião, a pernoita em Porto Seguro e os restantes solavancos da viagem já estão esquecidos. O embalo deste mar muito azul dá-nos o ritmo, o sol amolece-nos e a grande extensão de areia que está à nossa frente convida-nos a ficar aqui para sempre. E ainda nem desembarcámos...



A Mata Atlântica pode ser vista a partir da praia e divide a atenção com o rio Corumbau, bom para andar de caiaque. O recife dos Pataxós é um dos principais passeios aconselhados, assim como visita à aldeia indígena. Na vila propriamente dita, além do tal pontão de areia (o cartão postal da região), do Farol da Marinha cercado por amendoeiras e de dois ou três barzinhos, nada mais existe. Mentira. Há algumas pousadas em conta para albergar quem não quer perder Corumbau por nada, mas o que faz dele um destino verdadeiramente fora do normal é a existência de três hotéis de altíssimo luxo neste lugar perdido no mundo: Vila Naiá, Tauana e São Francisco de Corumbau. São hotspots de uma elite brasileira e internacional, uma tribo de turistas exigente que roda o mundo à procura de segredos bem guardados.










Passeio de canoa, o deck de madeira do Tauana e a sua cozinheira; o Monte Pascoal, o chef da Vila Naiá e a estrada para a vila; índio Pataxó, a praia do Corumbau e uma das jovens funcionárias da Fazenda São Francisco


Curiosamente, o Brasil, que para os portugueses parecia não ter segredos, ainda guarda locais especiais. Fora das brochuras turísticas e das viagens em pacote. E Corumbau é um desses locais de culto, uma espécie de clube privado que só alguns conhecem. A fórmula secreta está na junção de um cenário de beleza natural intocado, deserto e de difícil acesso com um alojamento onde o design, o bom gosto e a qualidade estão acima das expectativas. Não consigo explicar, mas sei que não me apetece passar férias em qualquer outro lugar no mundo. Afinal, Corumbau é só para mim.






Torre de vigia da Vila Naiá, com área para massagem e prática de yoga, pilates e meditação;a caminhar pela Ponta do Corumbau






Vila Naiá

A escuna pára em frente a uma estreita e comprida língua de areia. Há alguma vegetação rasteira, coqueiros, dois toldos de madeira muito rústicos e um mar de um azul impossível. Nada mais. A praia está deserta. Um bote de borracha deixa-nos em terra, e eu sinto-me como um Robison Crusoe dos tempos modernos. Tenho um sorriso estampado na cara. Este lugar não existe.

Em instantes surgem três jovens vestidos de forma original, com túnicas estampadas e calções que lhes conferem um certo exotismo oriental. Pegam nas malas e, com um sorriso de orelha a orelha, dão-nos as boas-vindas. Damos meia dúzia de passos, atravessamos uma estrada de terra batida e voltamos a colocar o pé na areia branca para contornar uma paliçada construída em “S”. Um letreiro em madeira indica: Vila Naiá – Paralelo 17. É mesmo aqui.

A entrada faz-se por uma longa passadeira de madeira ao ar livre. E é por estas passadeiras que acedemos a todos os ambientes do hotel, verdadeiros corredores ao ar livre, onde as paredes dão lugar à brisa que corre do mar e a decoração fica por conta da vegetação natural da região. Inaugurado em 2004, o Vila Naiá é um projecto idealizado por Renata Mellão, a proprietária, e projectado pelo arquitecto Renato Marques, aliando a simplicidade rústica de Corumbau ao requinte de um resort de luxo.


Só que, como o nome sugere, a sua intenção é reproduzir o ambiente e o charme rústico de uma vila de pescadores, onde nem faltam galos e galinhas. Desde os tempos em que apenas funcionava como casa de férias passaram 12 anos, e hoje o resultado é magnífico.
É claro que precisa deixar para trás o conceito tradicional de um hotel ou de uma pousada. O Vila Naiá está inserido numa propriedade de 50 mil metros quadrados, mas dois terços do terreno são uma Reserva Particular do Património Natural (RPPN), protegida por uma mata de restinga e coqueiros. À semelhança dos corredores a céu aberto, tudo neste projecto foi pensado de forma a minimizar potenciais interferências no ecossistema e na paisagem. Apenas se recorre a fontes renováveis de energia (eólica e solar), e as cabanas onde estão os quartos e os espaços comuns foram construídas com técnicas da comunidade local de pescadores, utilizando madeiras como a peroba do campo e telhados feitos com taubilhas de aderno.


Na vila Naiá vive-se uma sofisticação rústica, entre uma caipirinha e o cantar madrugador do galo de serviço



E quando parece que estamos apenas a falar de um ecoresort como tantos outros, vem

a surpresa... O Vila Naiá possui uma sofisticação e um bom gosto especiais, em que rústico e luxuoso parecem faces da mesma moeda (não será por acaso que serve frequentemente de cenário a produções de moda internacionais). Renata pensou todos os detalhes: junto à piscina há uma torre de vigia com sala de massagem e prática de yoga, Pilates e meditação com vista para um cenário feito de mar e mata; um lounge com chão de mármore, redes e “paredes” de tela que permitem a ventilação natural e protegem de insectos, com bar, internet wireless e TV por cabo (a única); o tal uniforme exótico dos funcionários tem assinatura de Rita Wainer e de mais três estilistas amigos que aqui passaram um fim-de-semana; o café da manhã, o almoço e o jantar (servidos a qualquer hora e local) são deliciosos e privilegiam sempre os ingredientes da horta orgânica; a adega é surpreende e abastecida pela Enoteca Fasano; e toda a equipa, do prestável gerente Zêni ao cozinheiro José, é natural de Corumbau e possui um profissionalismo exímio.
 


 

















Zona lounge ao ar livre; a escuna chega à praia e a suite rosa da Vila Naiá; a sala de refeições num estilo vintage; rede no alpendre de uma das rústicas cabanas; sumo de melancia e casa de banho de uma suite





Depois, quem vê as cabanas de madeira por fora mal pode imaginar o que o espera por dentro. As quatro casas independentes (50 metros quadrados, com sala e cozinha) e as quatro suites (cada qual com sua cor e ambiente) conjugam o rústico, o vintage (destaque para o estilo anos 70 da sala de jantar) e o conforto moderno de uma forma única. Aqui nada falta, mas a civilização como a conhecemos parece ter ficado definitivamente do outro lado do mundo. Vive-se uma sofisticação selvagem, entre uma caipirinha, um carpaccio e o cantar madrugador do galo de serviço, e em reverência à praia do Corumbau. Tão deserta que, se quiser ver gente na praia, tem de levar uns amigos. Caso contrário, vai ficar com um mar à temperatura de uma sopa só mesmo para si. Como companhia, uma Lua de feiticeira e o som do silêncio.


Fazenda São Francisco

Estamos de regresso a Ponta do Corumbau, ao nível da água, às origens mais tradicionais da região e a uma antiga fazenda que foi a pioneira na descoberta deste paraíso perdido no Sul da Bahia. Convencional no estilo e profissionalíssima no serviço, é como uma grande casa de família... com direito a dois quilómetros de praia privativa.




Há cerca de 15 anos que a Fazenda São Francisco de Corumbau funciona como pousada, mas ganhou um carácter especial desde que Silvia e Marcelo decidiram transformá-la no seu paraíso, entregando a remodelação ao arquitecto Roberto Migoto.




De cara lavada e com uma decoração colorida marcada pelo encarnado das paredes, o florido dos almofadões que se espalham pelos sofás da sala de estar (onde não faltam livros, revistas, uma grande televisão, DVD e aparelhagem de som), quadros de tons fortes e um alpendre repleto de confortáveis sofás de palhinha, possui um certo look colonial que se estende ao restaurante – um dos pontos altos deste pequeno hotel.



É que, apesar de ter apenas oito quartos dispersos por seis bungalows de frente para o mar (com cerca de 150 metros quadrados, ar condicionado, frigobar e varandas), a que acrescem duas suites no edifício principal, a Fazenda São Francisco de Corumbau dá particular atenção à gastronomia. Sob a batuta do chef Teco, garante ementas de qualidade internacional que fazem crescer água na boca a cada refeição e um serviço sempre prestável e de uma simpatia muito genuína.





A piscina e a lareira ao ar livre fomentam as brincadeiras dos mais novos e as conversas pela noite fora



O que pode diferenciar este hotel dos seus vizinhos? O ambiente talvez mais familiar, que recebe de braços abertos casais enamorados, grupos de amigos, mas também grandes famílias com crianças. Talvez por isso a grande piscina e a lareira ao ar livre tenham aqui uma importância acrescida, pois fomentam as brincadeiras entre os mais pequenos e as conversas pela noite fora e sob o céu estrelado. De resto, os gerentes da fazenda, o casal Marina e Gafa, não deixam nada ao acaso e garantem o profissionalismo e a concretização de todos os pedidos dos seus hóspedes.






















Bungalow de luxo da Fazenda São Francisco, o manguezal e a escuna do hotel; a lareira

e a piscina; um dos quartos, o farol do Corumbau e a filha dos proprietários





Depois é tudo uma questão de optar entre uma caminhada pelos lindíssimos (e misteriosos) manguezais da fazenda, fazer um passeio na charmosa escuna São Francisco, pedalar pela estrada ou ficar largado todo o dia nas espreguiçadeiras da praia, enquanto milagrosamente alguém adivinha que uma água de coco vem mesmo a calhar. Em alternativa, ou para acabar o dia em beleza, nada como um passeio até à vila, mais concretamente à ponta de areia de Corumbau para, sob a luz do luar – fortíssima nestas latitudes – e aproveitando a maré baixa, entrar literalmente mar adentro... E agora que já conhece o meu segredo, espero que esqueça tudo e nunca invada a minha praia.



Guia Prático

COMO IR

O aeroporto internacional mais próximo de Corumbau é Porto Seguro. Não existem voos regulares directos de Portugal para esta cidade baiana, apenas voos charter. Como os hotéis mencionados não fazem parte dos pacotes comercializados pelas grandes agências, o ideal será recorrer a um voo regular da TAP (www.flytap.com) para S. Paulo, Belo Horizonte ou São Salvador, de onde poderá apanhar uma ligação da TAM para Porto Seguro por tarifas totais a partir de €1031 (taxas incluídas).

Será necessário contar com uma noite extra em Porto Seguro ou Salvador para no dia seguinte seguir viagem.






De Porto Seguro, pode seguir por estrada (220 km e cerca de quatro horas de viagem, indo do aeroporto de Porto Seguro à BR 101, descendo até Itamaraju, passando por Guarani e com os últimos 60 km numa estrada de terra) ou via Caraíva, a nossa alternativa, de jipe e depois na escuna da Fazenda São Francisco (cerca de três horas). Também pode utilizar uma avioneta ou um helicópetro (20 minutos de viagem por €480/5 pessoas).



Informações úteis

Indicativos: 00 55 73

Diferença horária: menos quatro horas do que em Portugal Continental





Quando ir

Não há uma época “seca”. As chuvas são distribuídas ao longo do ano, com picos em Abril, Julho e Outubro. Tenha em atenção que o Sul da Bahia está sujeito a frentes frias vindas de sul/sudeste.

Ou seja: é preciso ter sorte. Leve sempre um bom livro e boa companhia. Entre o Natal e o Réveillon os preços disparam e os hotéis ficam cheios, bem como as raras pousadas e casas para alugar.

Do Carnaval até Dezembro, Corumbau fica só para si. Maio e Junho são meses mais frios, e alguns hotéis aproveitam para fechar.



Corumbau

Pequena descrição

No extremo Sul da Bahia, depois de Trancoso e antes de chegar a Prado, a Ponta do Corumbau é uma pequena península que abriga na extremidade uma aldeia de pescadores. Na maré baixa, o banco de areia emerge, fazendo a ponta avançar um pouco mais para dentro do mar e formando piscinas naturais de água transparente.



Aqui não há nada que fazer além de andar na praia, mergulhar, andar de caiaque no rio, montar a cavalo ou ficar quieto, a aproveitar o sol.



Onde ficar

Existem algumas pousadas muito simples e em conta, mas o verdadeiro sucesso de umas férias em Corumbau passa por gastar todo o orçamento num dos três hotéis mais exclusivos do Brasil, atraídos para aqui pela baixíssima densidade demográfica destas areias. Semelhantes nos preços e na exclusividade, possuem estilos diferentes que se completam, funcionando numa concorrência saudável – como as alternativas à pensão completa nestes três hotéis de luxo é escassa, fazer uma visita gourmet a todos é uma opção a considerar.



VILA NAIÁ

Situado numa área de preservação ecológica com 50 mil m2 (existe um trilho interpretativo da restiga, ecossistema da Mata Atlântica na propriedade), o Vila Naiá é um hotel original, simulando o ambiente de uma vila de pescadores. Tem capacidade para apenas 18 pessoas nas quatro casas de madeira (com sala e cozinha) e nas quatro suites (integradas num único pavilhão de madeira) com decoração vintage, de gosto cosmopolita. Dispõe de piscina, área para massagens e espaço para yoga e Pilates, um salão com videoteca e uma cozinha de qualidade, que oferece dois pratos à escolha a cada refeição. A praia fica a dois passos. Ideal para quem gosta de um estico rústico-chique e de contacto com a natureza.



SÃO FRANCISCO DE CORUMBAU

Esta antiga fazenda produtora de coco é a mais familiar e convencional das opções e também a mais próxima da vila. Com quatro bungalows independentes e seis suites de luxo equipados com ar condicionado, frigobar, leitor de CD e varandas, possui piscina, sala de TV e um restaurante de cozinha internacional, apesar do destaque para os pratos regionais, que muitos dizem ser o melhor de Corumbau.







PASSEIOS EM CORUMBAU

Ponta do Corumbau – caminhada em noite de Lua cheia pelos 2 km de praia deserta até ao pontão de areia que entra mar adentro durante a maré baixa.

Barra Velha, aldeia dos índios Pataxó – Passeio de buggy para conhecer a comunidade Pataxó e seu artesanato em sementes, madeira e penas.

Subir ou descer o rio Corumbau de barco/canoa – Caminhada ecológica e passeio por águas calmas, por entreo mangue.

Barra do Cahy – Passeio de barco ou carro até ao Sul da Bahia (12 km a sul de Corumbau) para ver o lugar onde Pedro Álvares Cabral terá tentado aportar (sem sucesso) pela primeira vez. Repleto de falésias e junto à foz de um rio, é um local muito bonito.

Recife Mato Grosso – passeio de barco até ao recife onde é possível mergulhar, ver os peixes e nadar nas piscinas naturais

Monte Pascoal – a elevação que terá levado os portugueses a dizer “Terra à vista!”. Trajecto de carro e depois caminhada de meio dia com guia indígena pela Reserva Natural.

domingo, 24 de abril de 2011

HOMENAGEM A SÃO BENEDITO

Em muitas cozinhas brasileiras não falta a imagem do santo.
 Patrono de todas as cozinheiras e cozinheiros.

                                      Na minha cozinha São Benedito também está sempre presente.  Acredito que São Benedito olha por nós e por nossos empregados em nossa cozinha e abençoa os nossos alimentos.
                                    Mas a homenagem mais bonita que já vi a SÃO BENEDITO, veio do RESTAURANTE BANANA DA TERRA em Prado que em forma de poema exalta uma tradicional receita pradense  sempre servida no dia do santo padroeiro.
                                           
CREME DE SÃO BENEDITO


Agradeço a São Benedito tão gostosa tradição:
Um prato bom e bonito, o bobó de fruta-pão.



Se não me falha a memória, o famoso fruta-pão,
É arvore da pré-história, e não esta em extinção.
Mas vamos lá a receita, e vejam bem como eu faço,
Pra ficar boa e bem feita, corte o fruta-pão em pedaço.


E se você não é tolo, veja lá se não esquece.
 Lava bem, tire o miolo.
Senão a fruta escurece.
Numa panela coloque água e sal sem exagero, 
mas pra dar aquele toque, junte parte do tempero.


 
Essa receita é um deleite, é baiana, como se vê.
Portanto coloque leite de côco, sal e dendê.



Cebola, pimentão, tomate, picadinho, não inteiro!
Bote no liquidificador e bate, junte a pimenta de cheiro.




 











 












Camarão VG para enfeitar, filezinho de camarão.
3 minutos para cozinhar,


 Junte o caldo ao fruta-pão tudo pronto, sirva quente!

O creme está bem macio.
Agora experimente: Falta o azeite um fio!

É baiana a tradição, gostar de tudo que esquenta.
 Portanto,não erre a mão: Carregue bem na pimenta!





Está mais gostoso do que nunca! Agora a decoração:
 Bote o creme na cumbuca e por cima, o camarão.


 
Aos demais ingredientes, junte o orgulho e pense:
Essa receita tão quente é baiana e pradense.



Poema escrito por: Beatriz Monjardim Faria Santos Rabelo






“SÃO BENEDITO É PODEROSO”

Foi pastor de ovelhas e lavrador. Aos 18 anos de idade já havia decidido consagrar-se ao serviço de Deus e aos 21 um monge dos irmãos eremitas de São Francisco de Assis o chamou para viver entre eles. Fez votos de pobreza, obediência e castidade e, coerentemente, caminhava descalço pelas ruas e dormia no chão sem cobertas. Era muito procurado pelo povo, que desejava ouvir seus conselhos e pedir-lhe orações
Cumprindo seu voto de obediência, depois de 17 anos entre os eremitas, foi designado para ser cozinheiro no Convento dos Capuchinhos. Sua piedade,sabedoria e santidade levaram seus irmãos de comunidade a elegê-lo Superior do Mosteiro, apesar de analfabeto e leigo, pois não havia sido ordenado sacerdote. Seus irmãos o consideravam iluminado pelo Espírito Santo, pois fazia muitas profecias. Ao terminar o tempo determinado como Superior, reassumiu com muita humildade mas com alegria suas atividades na cozinha do convento.



Sempre preocupado com os mais pobres do que ele, aqueles que não tinham nem o alimento diário, retirava alguns mantimentos do Convento, escondia-os dentro de suas roupas e os levava para os famintos que enchiam as ruelas das cidades. Conta a tradição que, em uma dessas saídas, o novo Superior do Convento o surpreendeu e perguntou: “Que escondes aí, embaixo de teu manto, irmão Benedito?” E o santo humildemente respondeu: “Rosas, meu senhor!” e, abrindo o manto, de fato apareceram rosas de grande beleza e não os alimentos de que suspeitava o Superior.
São Benedito morreu aos 65 anos, no dia 4 de abril de 1589, em Palermo, na Itália. Reverenciado e amado no Brasil inteiro, é um dos santos mais populares do país. Na porta de sua cela, no Convento de Santa Maria de Jesus em Palermo se encontra uma placa com a inscrição em italiano indicando que era a Cela de São Benedito e embaixo as datas 1524-1589, para indicar as datas do nascimento e de sua morte. Alguns autores indicam 1526 como o ano de seu nascimento, mas os Frades do Convento de Santa Maria de Jesus consideram que a data certa é 1524. Todos os anos asseguir a páscoa, há uma missa e festa em sua honra na localidade de coval,concelho de Santa Comba Dão

São Benedito é muito comemorado em Prado na primeira segunda-feira após o domingo de Páscoa.


Viola, reco-reco, tambor, pandeiro, tamborim, apito e muito canto formam, com o multicolorido das roupas, das fitas e dos estandartes, um espetáculo que Prado realiza com muita naturalidade, deslumbrando os que têm o privilégio de ver.

02 FEVEIRO - NOSSA SENHORA DA PURIFICAÇÃO

Depois de conviverem durante nove dias, com a Alvorada, sendo acordados sempre ás 5h30min ao som da Filarmônica Lira Pradense e dos fogos, os católicos de Prado comemoram em grande estilo o dia da festa, com celebração alusiva a Padroeira da cidade.
Os festejos em homenagem á padroeira surgiram quando os primeiros missionários chegaram ao município de Prado. Eles ouviram falar de uma aparição da Santa, que teria sido avistada pelos marujos quando pescavam em alto mar, e decidiram homenagear a Santa, escolhendo o dia 02 de fevereiro para a celebração.
O Alvará Régio de 20 de outubro de 1795 mudou o nome da aldeia que os aimorés chamavam de Vila do Jucuruçu, às margens desse rio, para Freguesia de Nossa Senhora da Purificação do Prado.
Desde então, Padroeira da Paróquia e da cidade de Prado, é a lembrança cristã daquele momento da lei mosaica em que Maria, após dar à luz seu filho Jesus, voltava ao templo e era declarada pura pelo sacerdote ao aceitar sua oferenda.
Jesus e sua mãe não estavam sujeitos a essa lei, mas obedientes a ela e pobres que eram, ofereceram dois filhotes de pombo, que são o símbolo da Paróquia de Nossa Senhora da Purificação e que comemora o fato em 2 de fevereiro de cada ano.




Tradicionalmente, religião, folclore e alegria popular se congregam em um dia inteiro de festejos.
Missa solene na Matriz, pela manhã; à tarde, depois da chegada das embaixadas dos "Mouros e Cristãos", forma-se magnífica procissão que percorre a cidade carregando em triunfo a imagem da Padroeira, Nossa Senhora da Purificação.


Por ordem régia se deveria criar uma nova vila no sítio próximo ao rio Jucuruçu. Para atrair um maior número de moradores foi feita a Thomé Couceiro de Abreu, ouvidor da Capitania de Porto Seguro, a sugestão de colocar ali um padre. Os habitantes poderiam, assim, cumprir os seus deveres de católicos. O fato é descrito em uma carta a El – Rey:
...Eu deixei recomendado ao Chanceller da Bahia, que encaminhasse para esta Capitania os degradados que não fossem por ladroens; porem se lhe viesse Avizo de S.M. e para o Rio de Janeiro se recomendasse o mesmo, mas util seria; se bem que o Capitão-mor das Conquistas e o Provador do Rio Tanhem me affirmarão, que posto no Rio do Jocurucu algum clerigo concorrerião para aquelle sitio muitas gentes de toda a parte a aproveitar-se da bondade e largueza de suas terras.
Em ofício datado de dois de janeiro de 1764, Couceiro de Abreu requereu as providências necessárias, que o bispo do Rio de Janeiro prontamente atendeu, criando-se pela portaria de oito de maio de 1764, a nova vigararia, sob a invocação da Virgem Nossa Senhora e cometendo ao padre João Alvares de Barros a sua paroquiação anual.
A igreja de N. S. da Purificação foi feita freguesia em 20 de outubro de 1795. Os primeiros portugueses, entre eles, Ignácio Marcial, haviam trazido para vigário da freguesia o Padre José Lopes Ferreira.
Até o século XIX a igreja era de taipa. Em 1853 José de Araujo Veiga lega 700$000 para construção do retábulo. O resto da obra seria por subscrição entre fieis. Como estava, nesta época, sem pároco, encarregou-se da obra um comerciante conceituado na vila chamado Antônio Dias Marcial.

Em 1876, em resposta a um ofício do governo da Província, a câmara do Prado coloca, entre outras necessidades urgentes, a construção da igreja matriz.